Por exemplo, um administrador poderia ver essa situação da seguinte forma: os processos de terceirização visam exatamente preservar o negócio da empresa transferindo áreas não estratégicas para terceiros, com a direção da empresa concentrando as atenções no seu core business (principal negócio). Como o core business do Esporte Clube Bahia é o futebol, o clube parece estar nadando contra a correnteza, pois está terceirizando o seu principal negócio, principalmente quando destaca que a empresa contratada será responsável pela gestão estratégica e operacional de todos os processos do futebol.
Ainda tem um agravante: o terceirizado é torcedor ferrenho do rival!
Aí é que perguntamos (sem querer ofender ninguém):
- Sem o negócio futebol (profissional, marketing e base), qual será o foco da diretoria tricolor nos próximos anos? Será que a reforma estatutária e a reformulação (e ampliação) das áreas social e patrimonial do clube seriam prioridades?
- Quais são as cláusulas de rescisão do contrato com a empresa do Sr. Paulo Carneiro (valores, direitos e obrigações)?
- E depois que terminar o contrato, como ficará o futebol do E.C Bahia? Sem expertise, sem pessoal e, a depender do contrato, com menos atletas? Voltaremos a ver o Bahia de Petrônio?
É como se um restaurante terceirizasse a sua cozinha e, ao final do contrato, todos os garçons, cozinheiros, chef‘s e maitres fossem embora e levassem todas as receitas e os estoques da despensa.
Será que corremos o risco de ficarmos na mão de um único gestor (Paulo Carneiro)?
Paralelo ao trabalho que será desenvolvido pela empresa contratada, o EC Bahia precisa desenvolver competências para (eventualmente) reassumir a gestão do seu principal negócio: o futebol!
Esperamos que o ditado popular “pra quem tá se afogando no rio, jacaré vira tronco.” não se aplique ao tricolor. Artigo da Associação Bahia Livre